Lorenzo Mancini, um dos representantes do PNUD em Angola, durante o lançamento do curso de Formação de Formadores sobre a Resiliência ao Trauma Liderada pela Comunidade, realizado em parceria com a Provedoria de Justiça, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), explicou que o trauma não é reconhecido, numa primeira vista, porque normalmente, ocorre de forma silenciosa e pode prejudicar o bem-estar, distorcer decisões e comprometer a qualidade do serviço público.

Angola, esclareceu, como muitos países, viveu uma história complexa e enfrenta os desafios contemporâneos de transformação e exigência social. Neste contexto, ao doptar os funcionários públicos com ferramentas para reconhecer o trauma em si mesmos e nos cidadãos que atendem, está a ser lançada as bases para reforçar um modelo de governação centrado no cidadão e enraizado nos princípios da dignidade humana.

O representante do PNUD destacou que a instituição das Nações Unidas acredita que o desenvolvimento humano começa com a dignidade humana. E para servir o cidadão angolano com empatia, excelência e responsabilidade, é essencial, cuidar de quem serve.

Lorenzo Mancini considera que o curso é fruto de uma parceria sólida e reflete uma visão comum, para garantir uma função pública não apenas tecnicamente competente, mas emocionalmente resiliente.

Esta iniciativa, disse, está plenamente alinhada com o Programa Regional do PNUD para África (2022–2025), que prioriza a paz, as pessoas, o planeta e a prosperidade. “A estratégia destaca a governação inclusiva, coesão social e o fortalecimento da resiliência, como pilares essenciais para o desenvolvimento sustentável no continente”, considerou.

Ao investir em abordagens sensíveis ao trauma, realçou, o PNUD contribui para uma agenda africana mais humana e eficaz, tal como tem feito na Nigéria e Etiópia, especialmente, junto às forças de segurança e profissionais da linha da frente.

Na Nigéria, referiu, o Programa Integrado de Estabilização Comunitária no Nordeste tem promovido a coesão social e fortalecido a governação local, em comunidades afectadas por conflitos.

Na Etiópia, disse, os esforços semelhantes têm capacitado agentes de segurança com ferramentas psicossociais para gerir o estresse, prevenir a violência e reconstruir a confiança com as comunidades, sendo que este modelo tem demonstrado resultados promissores na redução de tensões e melhoria dos serviços públicos.

“A governação não é apenas um sistema. É uma promessa humana. E quando essa promessa é sustentada pela solidariedade, torna-se uma força poderosa para a paz, inclusão e o desenvolvimento sustentável”, alertou Lorenzo Mancine.