Na noite de quarta-feira , a Operação Trabalho Digno intensificou a fiscalização em empreendimentos ligados ao setor da hotelaria, turismo e restauração.

Composta por uma equipa multidisciplinar, incluindo a Inspeção Geral do Trabalho (IGT), o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), o Serviço de Investigação Criminal (SIC), a Polícia Nacional e a Inspeção da Segurança Social, a acção visou verificar condições de trabalho, higiene e segurança nos estabelecimentos, além de combater irregularidades laborais.   

A iniciativa partiu de denúncias recebidas pela linha “Trabalho e Lei” e teve como objetivo assegurar o cumprimento da legislação trabalhista e a dignidade dos trabalhadores. Durante as visitas noturnas, os inspetores constataram que muitos empregadores não fornecem condições adequadas de trabalho, como equipamentos de proteção individual (EPIs) e locais higienizados, além de exporem funcionários a jornadas excessivas.   

De acordo com o inspetor-geral Manuel Bole, muitos expatriados actuam à noite sem documentação adequada, tentando escapar da fiscalização realizada durante o dia. “Percebemos que há trabalhadores com vistos vencidos ou sem visto de trabalho. Além disso, muitos começam pela manhã e só saem à meia-noite, o que fere as regras de jornada laboral”, destacou o inspetor.  

A operação teve também um caráter pedagógico, deixando recomendações aos empregadores para regularizarem suas práticas. “É uma acção voltada à sensibilização. Em casos de anomalias, notificamos os responsáveis e os convocamos para esclarecimentos em nossos serviços”, afirmou a inspetora Júlia Ambrósio. 

Em alguns estabelecimentos, a presença das brigadas causou surpresa e preocupação. Proprietários relataram momentos de tensão, acreditando que se tratava de uma situação mais grave. Contudo, após explicações das autoridades, muitos reconheceram a importância da acção e prometeram cumprir as orientações recebidas.   

A Operação Trabalho Digno, terá continuidade hoje a nível nacional e reforça o compromisso das autoridades em combater abusos e garantir condições dignas de trabalho no setor, contribuindo para a valorização dos direitos laborais e da dignidade humana.